terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

HYDRO: LÁ, DIFERENTE DE CÁ

Na Europa, certamente que a Hydro não comete os crimes absurdos como os ocorridos em Barcarena, no coração da Amazônia

Enquanto a Hydro contamina rios, igarapés, lençóis freáticos e população ribeirinha em Barcarena, no Pará, na Europa ela avança seus domínios e expande seus negócios - certamente com a ajuda dos lucros obtidos com os bons negócios no Brasil.

A direção internacional Rio Tinto anunciou, hoje, que recebeu da Hydro oferta de 345 milhões de dólares para comprar a fundação ISAL da Rio Tinto, baseada na Islândia. Esta empresa tem participação de 53,3% em uma planta industrial de ânodo Aluchemie, nos Países Baixos, e de 50% em outra planta na Suécia, que produz fluoreto de alumínio.

Lá, certamente, ela não comete os crimes absurdos como os ocorridos em Barcarena, no coração da Amazônia. Se os cometesse, certamente não passariam impunes.

JARBAS VASCONCELOS FARÁ PALESTRA EM SANTARÉM, NESTA QUARTA-FEIRA

Jarbas, sobre o desenvolvimento da Amazônia: "É necessário pensar grande, ter atitude proativa pra dizer que nós não queremos repactuar o que é nosso"

O advogado santareno Jarbas Vasconcelos proferirá palestra sobre o tema “Os desafios socioambientais do Pará – Um estado da Amazônia”, nesta quarta-feira (28/02), no plenário da Câmara Municipal, a partir das 19h. Jarbas é ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Pará e conselheiro federal da entidade. O evento é promovido pela Fundação Herbert Daniel.

O objetivo da palestra é apresentar a ideia defendida por Jarbas sobre “a constitucionalização da desigualdade regional entre norte e sul ou a constitucionalização da colonização interna. Não se trata de tema técnico-jurídico, mas essencialmente político”.

Com o evento, Jarbas Vasconcelos pretende deixar para reflexão três condições que considera fundamentais para o desenvolvimento do Pará.

O primeiro: que o povo tenha a consciência da sua condição de pertencer a um território colonizado pelo centro-sul, com a federação sendo hegemonizada pela representação política dos estados do sul e sudeste.

Segundo, que o povo, especialmente seus representantes no parlamento, tomem a decisão de lutar pela sua autonomia federativa, autogoverno e gestão das suas riquezas, estabelecendo uma agenda federativa comum a todos os partidos e movimentos sociais, forte o suficiente para formar e liderar, no Congresso Nacional, um bloco regional suprapartidário da Amazônia, com apoio popular e decidido a concorrer com os interesses dominantes do sul.

Por último, afirma Jarbas, "é fundamental estabelecer um consenso de medidas administrativas a serem adotadas por todos os governos, independentemente da orientação partidária do governante, e proposições de mudanças na legislação federal e na Constituição Federal, capazes de remover os principais entraves normativos que nos condenam ao atraso econômico, à pobreza e à exclusão social.”

A iniciativa de debater um projeto de desenvolvimento do estado, segundo o advogado, "tem, primeiro, o propósito de impedir que se faça populismo com a miséria do povo". Mas, para isso, "é necessário pensar grande, ter atitude proativa pra dizer que nós não queremos repactuar o que é nosso".

Caravana - Nos meses que seguem, Jarbas continuará percorrendo vários municípios para conversar com a população sobre o desenvolvimento do Pará. Nas últimas semanas, ele já proferiu palestras nos municípios de Abaetetuba e Cametá. Na próxima quinta-feira (01/03), evento semelhante acontecerá na cidade de Rurópolis, às 11h, na Câmara Municipal. A primeira das palestras aconteceu no hotel Princesa Louçã, em Belém, no dia 19 de fevereiro.

CRESCE SUICÍDIO ENTRE ÍNDIOS CARAJÁS

De 2012 a 2016, segundo o Ministério da Saúde, foram 35 casos, além de dezenas de tentativas de suicídio (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

São três túmulos à flor do chão, em meio à área de mata que abriga o modesto cemitério local. Gravados à mão nas lápides improvisadas estão os nomes de três filhos de Waritaxi Iwyraru Karajá, 56.

Morador de Santa Isabel do Morro, a maior aldeia da etnia carajá na Ilha do Bananal (divisa entre Tocantins e Mato Grosso), ele diz que vem regularmente ao local para pensar nos filhos e tentar entender o que houve.

Os filhos de Waritaxi se suicidaram entre 2012 e 2016. O mais jovem tinha apenas 21 anos. Uma filha, que morreu aos 24, estava grávida de quatro meses. Na fala do pai, uma mistura de luto e perplexidade descreve os momentos que passa ao lado dos túmulos.

"Eu venho aqui e fico pensando, pensando, mas até hoje nunca descobri. Parece até uma doença, algo que vai contaminando as pessoas. Tem muita gente que diz que é feitiço. Às vezes acredito, depois deixo de acreditar."

Para ler mais: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/cresce-suicidio-entre-indios-carajas-em-mt.shtml?loggedpaywall