quarta-feira, 26 de julho de 2017

Monte Alegre: STTR ENTREGA PAUTA E AGUARNA NEGOCIAÇÃO COM PMMA


Na pauta, destacam-se as reivindicações que clamam por solução para o grave problema das estradas vicinais do município, que estão danificadas e, algumas, intrafegáveis

Durante evento realizado na manhã de hoje (26/07), na Feira do Produtor Rural, cidade de Monte Alegre, no oeste do Pará, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Monte Alegre (STTR) entregou ao titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura, José Tertuliano Lins, uma pauta de reivindicações para ser discutida e negociada com a Prefeitura Municipal (PMMA). O evento marcou as celebrações do Dia Nacional da Agricultura Familiar.

Na pauta, destacam-se as reivindicações que clamam por solução para o grave problema das estradas vicinais do município, que estão danificadas e, algumas, intrafegáveis. A maioria delas está ligada às rodovias estaduais PA-254 e PA-423. Também têm destaque os pedidos de restauração ou reconstrução de pontes em várias estradas vicinais. Nos dois casos em estradas que cortam assentamentos criados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

As demais reinvindicações são ligadas à área da saúde pública, como a conclusão das unidades básicas de saúde nas comunidades de Curral Grande, São Diogo, Entroncamento Boa Sorte, Novo Brasil e Km 35.

“Queremos que o prefeito municipal nos receba para discutir essas propostas e ver como serão atendidas”, afirmou a presidente do STTR local, Vilma Araújo de Sousa. “Nós precisamos de muito pouco para trabalhar e produzir, e isso passa por estradas trafegáveis para escoarmos os nossos produtos”, completou Claudionor Carvalho, representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri).

Em resposta à pauta de demandas apresentadas pelos dirigentes das entidades presentes, Nhunga garantiu que vai encaminhar ao prefeito Jardel Vasconcelos o documento e propor a realização da reunião entre as partes. Quanto tiver a data definida, ele avisará à diretoria do STTR.

A presidente do STTR afirmou que vai aguardar uma resposta do prefeito de Monte Alegre até o dia 15 de agosto. Até lá, e diante de qualquer resposta, a entidade vai reunir sua diretoria e decidir o que fazer.

Presente ao evento, Valdemar Hutim, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Alegre (Sinpruma), afirmou que essa é também a data limite que a entidade vai aguardar para ser iniciadas as obras de restauração das rodovias estaduais no município.

“Sem ação nenhuma por parte do governo estadual, vamos reunir o Conselho Municipal de Desenvolvimento da Agricultura e decidir o que fazer. Não vamos ficar parados, posso garantir”, afirmou.

NOVA FEIRA DE PESCADO SERÁ INAUGURADA NA PRÓXIMA SEGUNDA

A obra de construção da nova feira segue em ritmo acelerado. Ela terá 14 boxes de venda de peixe, dois para venda de carnes bovinas e suínas, um boxe para tratadores de peixe, além de dois para a venda de lanches e refeições

É o que garante o feirante Anacleto Souza, o popular “Cleto Pai”, que lidera o grupo de feirantes que trabalhava com a venda de pescado no Bosque Dionísio Bentes, no centro da cidade de Monte Alegre, no oeste do Pará. A nova feira vai funcionar em um terreno localizado na Rua Rui Barbosa, entre as travessas Doutor Loureiro e Arnóbio Franco, na Cidade Alta. A obra de construção das instalações está bem adiantada.

Essa foi a solução encontrada pelos próprios feirantes ante o impasse criado pelas pressões do Ministério Público e a inércia da Prefeitura de Monte Alegre (PMMA) sobre o grave problema que se tornou o Bosque Dionísio Bentes, na Cidade Alta. Considerado pela Polícia Militar como “zona vermelha”, por conta das ocorrências de roubo, tráfico de drogas e prostituição, entre outros ilícitos, o Bosque há muito está no centro de uma polêmica sobre suas finalidades e os riscos à saúde e à segurança públicas.

Abandonado pelo Poder Público, o Casarão do Bosque foi
transformado em "zona vermelha" e virou problema
grave de saúde pública
Em audiência pública promovida pela Câmara Municipal, no dia 21 de junho passado, o promotor cobrou da PMMA e dos próprios feirantes a solução para os problemas gerados pela inadequação do local para a venda de pescado, carnes, hortifrutigranjeiros, bebidas, comidas e confecções. A PMMA anunciou a proposta de levar essas vendas de pescado para a Feira do Peixe, na orla da cidade, que se encontra subutilizada. Outros feirantes poderiam ser alocados na Feira do Produtor Rural, também na orla da cidade, mas houve resistências da maioria. Depois, a PMMA anunciou o terreno onde está a antena da TV Cultura, em frente ao Cemitério Municipal, que pertence ao Município. Também houve resistências e o impasse continuava. Foi, então, que parte dos feirantes tomou uma decisão própria, sem mais esperar pela PMMA: alugar um terreno e construir uma nova feira.

O terreno foi alugado pelo tempo de três anos, e o trabalho, iniciado no dia 20 de julho. Nele, está sendo construída uma estrutura coberta que vai abrigar, nesta primeira etapa, 14 boxes de venda de peixe, dois para venda de carnes bovinas e suínas, um boxe para quatro tratadores de peixe, além de dois para a venda de lanches e refeições. Ao lado, uma fossa biológica foi construída para funcionar como sumidouro, evitando que a água servida do local seja jogada na rede de esgoto e despejada no rio Gurupatuba – coisa que não existia no Bosque.

Cleto Pai: nova feira é uma iniciativa dos próprios
feirantes, sem apoio da PMMA
“Esperamos o que foi possível esperar, até que cansamos. Então partimos para uma solução própria”, afirmou Cleto Pai, líder dos feirantes. Ele destaca que o aluguel do terreno e a construção da nova feira e de seus equipamentos estão sendo custeados pelos próprios feirantes, sem qualquer apoio ou financiamento da Prefeitura Municipal.

Hortifrutigranjeiros – Cleto Pai garante que o projeto para a feira é ainda maior, e neste está incluída a construção de uma segunda ala destinada aos vendedores de hortifrutigranjeiros. “Estamos aguardando novas adesões de feirantes para iniciar a segunda etapa da feira. Já temos um grupo que já se juntou a nós, pois sabem que não mais poderão continuar suas vendas no meio da rua”, afirmou o líder feirante. Ele afirmou que essa segunda etapa começa nas próximas semanas, após a inauguração da nova Feira do Peixe, na manhã do dia 31 de julho.

"Nhunga", secretário de Meio Ambiente e Agricultura
Por telefone, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Agricultura, Pesca e Turismo, José Tertuliano Lins, o “Nhunga”, informou que uma parte dos feirantes de pescado que estavam no Bosque Dionísio Bentes aceitou ir para o mercado na orla da cidade. Pra lá também vão parte dos vendedores de hortifrutigranjeiros.

Ele confirmou, ainda, que o prefeito vai construir uma feira para a venda de pescado no terreno onde está a antena da TV Cultura, mas não há previsão de início das obras. Também confirmou que o Casarão do Bosque será demolido e, em seu lugar, construída uma nova feira – igualmente sem data para ser iniciada.

terça-feira, 25 de julho de 2017

MONTE ALEGRE: COMUNIDADE AMEAÇA INTERDITAR POSTO DE SAÚDE

Comunitários denunciam que o posto não tem de agulha a esparadrapo, de lâmina para coleta de material para exames a remédio de qualquer espécie (Imagem ilustratica)

Comunitários da vila de Jacarecapá, na região do Lago Grande de Monte Alegre, no oeste do Pará, pensam em fechar o posto de saúde local, por conta própria. A razão? Ele simplesmente estaria sem serventia à comunidade e outras vilas próximas. "Está apenas gerando despesas ao Município com pagamento de salários e energia elétrica", queixam-se os comunitários. E causando aborrecimentos à população.

Na manhã de ontem (24/07), um comunitário local enviou mensagem ao Blog do Piteira denunciando que o posto não tem de agulha a esparadrapo, de lâmina para coleta de material para exames a remédio de qualquer espécie. O único profissional de saúde lá lotado passa o dia inteiro sem poder atender qualquer paciente e acaba sendo alvo das críticas e da revolta das pessoas que buscam seus serviços, o que estaria lhe causa constrangimento. Aos sábados e domingos, o posto fica fechado.

Ah, também não há estufa naquela unidade de saúde. Segundo a denúncia, o secretário municipal de Saúde esteve no posto, há quase seis meses, e levou o equipamento para manutenção, garantindo que o devolveria na semana seguinte. Até hoje, nada!

Por telefone, o secretário José Raimundo Farias e Moraes informou que a estufa será devolvida ainda nesta semana ao posto, depois de consertada. Ele reconhece que tem problemas com o abastecimento de medicamentos e materiais para o atendimento de pacientes, mas que também isso será resolvido em breve.

TEMPESTADE: MONTE ALEGRE AVALIA PREJUÍZOS EM R$ 350 MIL


Segundo Leomar de Oliveira, da Defesa Civil Municipal, 948 imóveis foram afetados pela tempestade. Destes, três residências foram totalmente destruídas, além de um templo religioso, e outras 31 perderam o telhado (Foto 1: Defesa Civil MAlegre)

Trezentos e cinquenta mil reais. Este é o valor estimado dos prejuízos causados pela tempestade que passou pela cidade de Monte Alegre, na madrugada do último sábado (22/07). O relatório final sobre os danos e prejuízos (Avadan) causados pela tempestade ainda não está concluído pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (CMDC), o que só deve acontecer amanhã. Pronto, o relatório será encaminhado às Coordenadorias Estadual e Nacional da Defesa Civil. Por causa dos danos causados pela tempestade, o prefeito Jardel Vasconcelos decretou, ontem (24/07), situação de emergência nas áreas afetadas do município.

Segundo Leomar Araújo de Oliveira, coordenador e único funcionário da Defesa Civil de Monte Alegre, 948 imóveis foram afetados pela tempestade, que alcançou velocidade de 102 km/h, entre 2h20 e 3h da madrugada. Desses, três residências foram totalmente destruídas, nos bairros do Planalto e Pajuçara e na vila de Pariçó, além de um templo religioso, e outras 31 perderam o telhado. As demais sofreram avarias diversas, mas com danos menores. Toda a cidade de Monte Alegre foi afetada pela força da tempestade.

Apesar dos danos materiais graves causados pelo acidente meteorológico, apenas 13 famílias foram consideradas desabrigadas ou desalojadas pela Defesa Civil Municipal. Isso porque, segundo o órgão, 19 famílias cuidaram de recuperar suas residências danificadas logo após o acidente. Apenas quatro pessoas sofreram ferimentos, todos sem gravidade.

“A nossa prioridade, neste momento, é concluir o relatório de danos causados pela tempestade e dar atenção às 34 famílias mais afetadas pela tempestade”, afirmou o titular da Defesa Civil local. Leomar Azevedo afirmou já ter feito contato com as coordenadorias Estadual e Federal da Defesa Civil, em Belém e Brasília, e solicitado apoio. “Nosso relatório estará pronto amanhã, e imediatamente será enviado a eles”, garantiu. “Monte Alegre precisa de apoio para atender as famílias atingidas pela tempestade”, concluiu.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Monte Alegre: ECONOMIA AGONIZA COM RODOVIAS ESBURACADAS


 
 Na PA-423, o leito da estrada está quase que totalmente destruído, com uma sucessão de buracos de vários tamanhos. As viagens são sacolejantes, desconfortáveis e demoradas. Parte da produção agropecuária se perde, causando prejuízos

“São rodovias do prejuízo e da desesperança”, afirmou Valdemar Hutim, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Alegre (Sinpruma), ao se referir às rodovias estaduais PA-423 e PA-254, demonstrado revolta com o estado de abandono em que elas se encontram.

As duas rodovias estão localizadas na sub-região da Calha Norte, no oeste do Pará. A primeira, com extensão de 49 quilômetros, é o principal acesso rodoviário das regiões produtoras de Monte Alegre à sede do município e ao porto de Santana do Tapará, em Santarém, por onde parte da produção local é escoada. A segunda, concebida como “a rodovia da integração”, corta a sub-região da Calha Norte no sentido leste-oeste, fazendo a conexão rodoviária entre os municípios de Prainha, Monte Alegre, Alenquer, Curuá, Óbidos, Oriximiná, Faro e Terra Santa, na região oeste do Pará. Iniciada nos anos 1980, ela segue inconclusa e tem extensão aproximada de 350 quilômetros entre um extremo e o outro.

Estradas sem asfalto e sem manutenção desde o último verão – portanto, há mais de um ano – as duas rodovias estão intrafegáveis em vários pontos. Na PA-423, o leito da estrada está quase que totalmente destruído, com uma sucessão de buracos de vários tamanhos. As viagens são sacolejantes, desconfortáveis e demoradas. Em muitos locais, o que era acostamento virou o leito principal da estrada. Nela, a velocidade média é de 30 km/h. Em apenas dois curtos trechos é possível a velocidade de 60 km/h. A extensão de 49km da rodovia, chega a ser percorrida em mais de duas horas.

Na PA-254, a situação é semelhante. Os veículos que fazer o transporte de cargas e passageiros dos municípios de Alenquer são obrigados a acessar estradas vicinais para escapar dos pontos intrafegáveis. O mesmo acontece com caminhões que fazem o transporte de produtos agropecuários, especialmente bovinos, limão, banana e mamão. Os motoristas, indignados, reclamam de danos nos veículos – e de enormes prejuízos.

Valdemar Hutim,
presidente do STTR
Prejuízos – Valdemar Hutim, presidente do Sinpruma, tem na ponta do lápis os números dos prejuízos. Ele garante que os produtores somam perdas de mais de R$ 2 milhões mensais, especialmente com o transporte de bovinos e de frutas.

“Por causa das viagens mais demoradas e também pelo enorme desconforto imposto aos animais durante o transporte, a perda é de 20kg por animal. Como movimentamos a média de 600 animais ao mês, para exportação ou abate local, esse prejuízo chega a mais de R$ 760 mil”, afirmou Hutim. Segundo ele, já houve casos de tombamento de caminhões boiadeiros, com mortes de animais.

Por causa da péssima condição das rodovias, marchantes e exportadores de animais já se recusam a recolher as reses nas propriedades rurais: exigem a entrega direta nos abatedouros ou entrepostos. “Isso é mais prejuízo aos criadores”, queixa-se o presidente do Sinpruma. Monte Alegre tem o maior rebanho bovino do oeste do Pará, com 230 mil animais. As cidades de Manaus (AM) e Macapá (AP) são os principais mercados para a venda de bovinos do rebanho local.

As perdas na agricultura local também são significativas. Hoje, início da entressafra na produção de limão, Monte alegre está colhendo 110 toneladas/mês do produto, mas quase 30% desse total se perdem durante o transporte. Cerca de 40% das produções de banana (60 ton/mês) e de mamão (400 ton/mês) também se estragam. Com o tomate, a perda chega a 30%.

Vilma Araújo de Sousa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras (STTR) local, confirma os prejuízos também aos agricultores familiares.

“Os produtos que vêm da Serra Azul, por exemplo, especialmente as frutas, chegam batidos e amassados, alguns já estragados, o que só faz aumentar o prejuízo dos agricultores”, afirmou. Serra Azul é a nova fronteira agrícola do município, principal área de produção local de frutas e grãos. Mas não apenas isso. Segundo Vilma, além das viagens mais demoradas e sacolejantes, o desconforto também chega ao bolso dos agricultores familiares. “O preço das passagens e do transporte dos produtos aumentou, e vários caminhões já se recusam a fazer viagens, por causa dos danos nos veículos”.

Segundo a presidente do STTR, em situação semelhante estão as estradas vicinais que cortam os diversos assentamentos agrícolas existentes em Monte Alegre.

Reações – Enquanto os agricultores de Monte Alegre agonizam e parte da produção agropecuária se perde por causa de estradas esburacadas, o poder público não demonstra muita preocupação.

Jardel Vasconcelos (PMDB), prefeito de Monte Alegre, disse que enviou ao governo do Estado, em fevereiro passado, um documento solicitando providências para a restauração das cinco rodovias que cortam o município. Mas, segundo ele, não obteve qualquer resposta, e não voltou a tratar do assunto. A informação foi repassada pela esposa do prefeito, Josefina Carmo.

O Legislativo municipal serviu de palco para debater o problema. No dia 14 de março passado, os vereadores locais aprovaram requerimento que clamou por providências urgentes ao governo do Estado para ao menos minimizar o estado calamitoso em que se encontram as rodovias estaduais no município. O documento foi enviado ao governador Simão Jatene, sem resposta até agora.

O deputado Júnior Hage (PDT), integrante da base de apoio do governo estadual na Assembleia Legislativa (Alepa), informou que a licitação para contratação de empresa para a restauração da rodovia PA-254 já está resolvida. Segundo o deputado, com base em informações repassadas a ele pela Secretaria de Estado de Transporte (Setran), a fase de recursos administrativos nas licitações para rodovias estaduais na sub-região da Calha, já se encerrou. “Vamos começar todas as frentes até o dia 1º de agosto”, garantiu o titular da Setran, engenheiro Kleber Menezes, em mensagem enviada ao parlamentar.

A Setran promete iniciar a restauração das
rodovias  estaduais a partir de 1º de agosto.
Mais uma promessa?
No site da Setran, o órgão informa que, nos municípios de Monte Alegre e Prainha, serão restauradas as rodovias PA-419, PA-423, PA-254, PA-421 (Açucena) e PA-425 (Açaizal), que totalizam 229 quilômetros.

“Vaquinha” – Diante da inércia do governo estadual, proprietários de ônibus que fazem o transporte de passageiros têm agido por conta de seus bolsos. Nos últimos dois anos, pelo menos 5.500 litros de combustível já foram usados em serviços emergenciais de recuperação de pontos críticos nas rodovias estaduais. “Nos últimos dois anos, fizemos ‘vaquinha’ para adquirir combustível e fazer o serviço nas estradas. Foi a forma que encontramos para diminuir os prejuízos que essas estradas nos causam”, afirmou Florêncio Friás, proprietário de ônibus de transporte de passageiros. “Hoje, no entanto, não temos mais condições de fazer coleta para cuidar de responsabilidades que são de outros”, concluiu.

Enquanto uns aguardam as ações do governo estadual e outros já se sentem impotentes para buscar soluções com os próprios recursos, há aqueles que se rendem à desesperança. “Muitos produtores estão vendendo seus lotes, agora muito desvalorizados, porque já não vêm esperança de que esses problemas sejam solucionados”, afirmou Valdemar Hutim, presidente do Sinpruma.

Já o STTR promete reagir. “Vamos aguardar mais um pouco, até o limite da tolerância. Se nada for feito, vamos interditar a rodovia PA-255 e clamar por solução às demais rodovias estaduais em Monte Alegre”, afirmou Vilma Araújo de Sousa. 

Em compasso de espera pelo governo estadual, produtores e agricultores familiares de Monte Alegre, Prainha e de outros municípios da Calha Norte agonizam com prejuízos causados pelas rodovias esburacadas há mais de um ano, mas que foram anunciadas como caminhos para o desenvolvimento regional.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

ORGÂNICOS E BARATOS

Segundo o STTR, a feira movimenta atualmente uma média de R$ 20 mil a cada semana - as vendas começam na tarde de terça-feira e vão até o dia seguinte

Deliciosos e de bons preços os produtos comercializados por agricultores familiares de Monte Alegre, em feira popular que funciona todas as terças-feiras, no bairro do Planalto, na cidade de Monte Alegre, no oeste do Pará. A iniciativa foi do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município.

Na Feira da Agricultura Familiar, são 52 boxes armados sob tenda em área pertecente à Escola de Educação Tecnológica de Monte Alegre (Eteepa), uma parceria que começou em março do ano passado e que vem dando excelentes resultados.

Segundo Antônio Costa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), a feira movimenta uma média de R$ 20 mil a cada semana - as vendas começam na tarde de terça-feira e vão até o dia seguinte.

A maioria dos agricultores que aderiram à feira - ela começou com apenas 24 boxes - vem da região da Serra Azul, a mais nova fronteira agrícola do município. Mas também há famílias de outras comunidades, como Canp, Setor 2, Cauçu, Vai Quem Quer, Três Bocas, Açaizal e Santos.

Os consumidores também ganham muito com a feira. Além de produtos totalmente orgânicos, estes chegam frescos, recém colhidos ou produzidos e sem conservantes - e sem atravessadores.

"Não perco as vendas, toda semana. A variedade é grande, os produtos são deliciosos e os preços, bons", afirmou João Costa Baia, que carregava pelo menos cinco sacos com produtos.


PS: A feira funciona sem qualquer apoio da Prefeitura de Monte Alegre, ainda que o Plano Diretor determine ao Município objetivos claros ao desenvolvimento da agricultura familiar. Entre estes, "otimizar o espaço e o funcionamento da Feira do Produtor Rural como central de comercialização da agricultura familiar" e "reformar e/ou ampliar os espaços de comercialização, principalmente em feiras e mercados" (Art. 18, incisos II e III da Lei Municipal 4.664/2006).