quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CAOS TOMA CONTA DA PREFEITURA DE MONTE ALEGRE


Antes tido como referência em gestão pública, aquele que já foi o mais alegre dos montes hoje é um município tomada por denúncias de saques contra o patrimônio público

O município de Monte Alegre, no Oeste do Pará, é a mais nova vítima do jeito petista de governar!

Depois de quase oito meses entregue à responsabilidade do prefeito Sérgio Monteiro, a terra pinta-cuia é um exemplo triste e dramático, além de irresponsável e criminoso, de como não se deve administrar um município.

O retrato mais fiel de Monte Alegre, desde o início do ano, com maior agravamento nos últimos dois meses, é de caos administrativo e insolvência financeira. E o responsável direto por essa realidade assustadora, claro, é o prefeito Sérgio Monteiro!

Primeiro, porque ele nunca assumiu de fato o comando administrativo do Município, preferindo priorizar suas atividades de médico e largando a Prefeitura local aos (des)cuidados de prepostos ambiciosos e vaidosos, insaciáveis na ambição por poder e vantagens. Segundo, simplesmente porque o alcaide local desconhece as exigências e os rituais obrigatórios aos ocupantes de cargos públicos responsáveis pela aplicação dos recursos do Erário. Em outras palavras, Sérgio Monteiro nada entende de administração pública

Também no trato dos recursos financeiros do Município, ele preferiu entregar essa responsabilidade a terceiros, sem ter o cuidado de impor a seus subordinados os mecanismos de gestão e controle, uma regra básica e indispensável a qualquer gestor público. O irmão do prefeito, o impopular Juca, assumiu inicialmente essa responsabilidade com poderes imperiais – não apenas a decisão de onde, quando e quanto aplicar de recursos do município, mas também o papel de negociador único com os fornecedores da Prefeitura, a maioria deles contratada sem o devido rito legal. (E a maioria destes fornecedores veio de fora, deixando os locais a ver navios).

As consequências da farra com dinheiro público nos primeiros meses da administração são o espelho mais cruel de tamanha irresponsabilidade. Dos quase trinta veículos do tipo Ranger, S-10 e Hilux, entre outros, inicialmente alugados com preços superfaturados para atender ao prefeito, assessores e secretários municipais, a maioria já foi devolvida; dos imóveis alugados para abrigar órgãos municipais, os proprietários estão tomando-os de volta, por falta de pagamento. O Demutran (órgão de gestão do trânsito local) está sendo obrigado a deixar o prédio onde funciona, na Av. Presidente Kennedy, no centro da Cidade Alta; reformado e inaugurado há poucos dias, o prédio que deveria abrigar um programa de ações de cidadania, na Av. Lauro Sodré, também no centro da cidade, foi retomado de forma humilhante pela proprietária, que colocou correntes e cadeados novos nas portas de entrada.

Mais: o prédio onde funciona a sede da Prefeitura Municipal já está sendo requerido de volta pelo proprietário, por via judicial, assim como aquele que abriga o Conselho Tutelar. E tudo indica que serão despejados por ordem da Justiça. Vários prédios que abrigam órgãos públicos já tiveram o fornecimento de energia elétrica cortado, inclusive o gabinete do prefeito e o Hospital Municipal. E tudo por falta de pagamento!

A promessa de fazer de Monte Alegre "Uma cidade feliz" não passou disso: promessa! Uma entre tantas!

Detalhes desse quadro caótico foram inicialmente relatados por secretários e vereadores íntimos do poder a líderes comunitários, empresários e algumas poucas pessoas. Alguns deles sinceramente preocupados com o desgoverno em que foi colocado o município pela atual gestão. Outros, levados pelo espírito de sobrevivência diante do naufrágio iminente – dizem que os ratos são os primeiros a abandonar barcos prestes a ir a pique –, fazem-no com tons de denúncia, esquecendo-se que já foram áulicos e usufruíram de vantagens indevidas.

Em conversas com assessores e amigos mais próximos, Sérgio Monteiro reconhece o total descontrole na sua administração. A estes, e demonstrando total desprezo pelo município e pelos cidadãos montealegrenses que não o elegeram (ele foi levado à Prefeitura não pela vontade popular, mas por decisão da Justiça Eleitoral), ele já admite a possibilidade de renunciar ao cargo – “seria a melhor coisa que eu faria, pois faturo muito mais como médico”, segundo relato de alguns confidentes –, mas rejeita essa ideia por não confiar, o mínimo que seja, no vice José Costa, também do PT, com quem já teve entreveros com revelações escandalosas.

Mas não apenas isso: há denúncias, muitas denúncias, e todas igualmente graves! Há denúncias de pagamento de dívidas particulares de pessoas íntimas da administração com recursos da Prefeitura, de desvios de dinheiro para a compra de patrimônios particulares e, ainda mais grave: das cerca de 70 contas correntes com dinheiro de convênios deixados pela administração anterior, mais da metade já teria sido saqueada. Ontem, um secretário que goza de confiança do alcaide revelou a um vereador que certamente não haverá dinheiro para pagar o 13º salário dos servidores municipais. São denúncias que exigem apuração imediata.

Diante desse quadro caótico, o que muitos se perguntam é “O que fazer?”, mesmo sabendo das respostas óbvias. O que mais preocupa é a preservação do patrimônio público e a ameaça de butim, no estilo dos velhos bucaneiros, por aqueles que acham que são intocáveis e inalcançáveis pela Justiça.

O Legislativo local tem responsabilidades legais de fiscalização e controle sobre as ações do Executivo. Mas o poder maior está com o povo, com os cidadãos, e esse poder é dotado de força inimaginável, como bem ficou demonstrado nas manifestações do povo brasileiro, em junho e julho passados, clamando serviços públicos de qualidade e repudiando a roubalheira de muitos políticos e a impunidade.

O Ministério Público, os vereadores e o povo montealegrense precisam fazer algo!

Antes que seja tarde!

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