domingo, 15 de maio de 2011

JATENE: "O CAMINHO É OUVIR TODA A POPULAÇÃO"

O governador Simão Jatene terá, nos próximos meses, o desafio de administrar um Estado que vive sob clima da indefinição trazido pela possibilidade de separação. Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO PARÁ, Jatene se recusou a dizer como votará no plebiscito, mas disse que acha uma temeridade qualquer tentativa de ouvir apenas parte do Estado.

P: Em sua opinião, qual a razão desse crescimento do movimento separatista no Pará?

R: A insuficiência do Estado diante dos grandes desafios. Agora por que o Estado é ausente e ineficiente? Porque se tem uma federação altamente esvaziada. O processo de ocupação da Amazônia fez com que, particularmente o Pará, fosse o território de ocupação de interesses absolutamente distintos e, muitas vezes, conflitantes e não se teve a União ou a República com a atenção na questão da prestação de serviços. Essa é a discussão que precisa ser posta porque senão a gente vai terminar frustrando a população novamente.

P: Já se falava muito nessa questão e agora parece que a decisão se tornou urgente...

R: Eu não tenho esse sentimento. Essa discussão aconteceu no ano passado. Nenhuma pessoa que acredita, que aposta na democracia pode ser contra plebiscito. Agora, esse plebiscito tem que ter algumas condições para que efetivamente seja democrático, para que efetivamente reflita o desejo da população. Primeiro tem que envolver o Estado inteiro. Qualquer coisa diferente disso é muito séria e muito grave. Segundo, tem que ser antecedido por um longo processo de esclarecimento da população. Só vai ser democrático se a população souber sobre o que está votando. A terceira coisa importante é que não pode atrelar ou aproximar de processo eleitoral porque, senão, vai contaminar. O plebiscito feito nessas condições é o único instrumento que poderá nos dar elementos para dizer qual a posição que o governo tem que ter.

P: Dentro da sua base aliada, e mesmo no secretariado, há defensores das duas posições. Como fica o governo?

R: O governo só pode ter uma posição após a consulta da população. É legítimo que as pessoas, individualmente, tenham suas posições.

P: E qual a sua posição pessoal?

R: Acho que não é conveniente. Minha opinião não interessaria a nenhum de vocês se não fosse governador. Minha posição pessoal, vou manifestar no plebiscito como todo cidadão paraense. Agora como governador, tenho que ter uma posição pública clara de respeito à decisão da maioria e que a maioria seja efetivamente uma consulta a toda a população do Pará. 

PS: Para ler a entrevista na íntetra, acese www.diariodopara.com.br

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