segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O PARÁ PERDE BENEDITO NUNES, UM FILHO ILUSTRE

Belém amanheceu chuvosa e triste, ontem. Simbolicamente, a cidade já chorava a perda de um dos seus mais ilustres filhos: o escritor e filósofo paraense Benedito Nunes, 81, morreu. Ele estava internado há dez dias no hospital Beneficência Portuguesa, com problemas cardíacos e respiratórios. Às 20h do último sábado, após sofrer hemorragia no estômago, foi transferido ao CTI (Centro de Terapia Intensiva), mas não resistiu.

A partida foi com a mesma discrição que marcou sua vida, mas a aparência franzina escondia um gigante de sabedoria. Filósofo, crítico literário, ensaísta, professor. Um intelectual reconhecido e admirado no mundo inteiro. Bené, como era conhecido pelos amigos, nasceu em 21 de novembro de 1929. Nasceu rodeado de livro. Viveu para eles. Em 1942, aos 13 anos, fundou com Haroldo Maranhão, a “Academia dos Novos”, onde discutia o Parnasianismo. Tornou-se crítico literário do jornal Folha do Norte, de Maranhão. Criou uma perfeita comunhão entre a crítica literária e a filosofia.

Formou-se em Direito, onde conheceu na faculdade sua eterna companheira, Maria Sylvia, em 1953. Foi um dos fundadores do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Pará. Escreveu livros fundamentais para os estudos filosóficos e literários, como “O Dorso do Tigre” e “Introdução à Filosofia da Arte”. Tornou-se amigo e admirado por gente como Clarice Lispector e Michel Foucault. Em 2010, foi reconhecido com o Prêmio Machado de Assis, da Associação Brasileira de Letras (ABL), pela sua obra.

“Em nome de todos os paraenses, agradeço a inestimável contribuição de Benedito Nunes à cultura do país. Sua dedicação como escritor, crítico de arte, filósofo e professor é irretocável”, disse ontem o governador Simão Jatene, em nota oficial divulgada.

Fonte: www.diariodopara.com.br 

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