quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

AHE BELO MONTE: IBAMA LIBERA LICENÇA DE INSTALAÇÃO

Finalmente, depois de quase um ano de espera, o Ibama liberou a licença de instalação das obras de construção do AHE

O Ibama liberou, nesta quarta-feira, a licença de instalação da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Com isso, a Norte-Energia, empresa que reúne os investidores, poderá dar início a construção. A liberação consta do sistema informatizado de licenciamento ambiental do Ibama.

No início do mês, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que existem mais de 30 pendências ambientais emperrando projetos de energia no país. O principal deles, a construção da hidrelétrica de Belo Monte, poderia atrasar em um ano se a autorização do Ibama não saísse até fevereiro. Para evitar atrasos, as obras da usina têm que começar antes do período chuvoso, que inicia em abril.

A usina de Belo Monte será a terceira maior do mundo, com capacidade de 11.233 MW (megawatts), atrás da chinesa Três Gargantas, com 22,5 mil MW, e da binacional Itaipu, com 14 mil MW.

A primeira unidade geradora da hidrelétrica de Belo Monte deverá entrar em operação comercial em fevereiro de 2015.

A Norte Energia venceu, em abril deste ano, o leilão de geração promovido pela Aneel para a construção, operação e manutenção da Usina de Belo Monte. A operação e manutenção do empreendimento será realizada pela Eletronorte. 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/

PS: Considero a decisão do Ibama, hoje, uma conquista das mais importantes para a execução do AHE Belo Monte. 

Tenho manifestado, neste espaço, minha posição favorável ao projeto, que é polêmico, como todo projeto de tamanha envergadura e importância estratégica para a região. As opiniões sobre ele são as mais diversas e contraditórias são as defesas favoráveis e contrárias a ele.

Em minha opinião, as contrárias pecam pela emocionalidade, pela ausência de argumentação mais racional, factual e comprobatória.

A nossa região precisa dessa obra e da energia elétrica que ela vai gerar. Há, na Amazônia, 260 termelétricas gerando energia elétrica, queimando óleo diesel e jogando 6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa, sobre a floresta amazônica. Essa quantidade corresponde à queima de combustíveis fósseis pela frota de veículos da cidade de São Paulo. Grande parte dessas termelétricas será fechada, progressivamente, com o início do funcionamento do AHE Belo Monte e outras hidrelétricas a serem construídas aqui na região. 

Além de representar uma matriz energética ambientalmente suja, as quase três centenas de termelétricas amazônicas geram uma energia caríssima, principalmente pelo alto custo do transporte do diesel dos centros produtores, em São Paulo e Rio de Janeiro, ou de outros países, para a Amazônia. A energia gerada por essas termelétricas é cinco vezes mais cara daquela produzida em outras regiões do País. Esse custo só não chega integralmente ao bolso dos consumidores porque o diesel que é usado na geração de energia é subsidiado através da Conta de Consumo de Combustível (CCC), estimada este ano em R$ 2,7 bilhões.

A Zona Franca de Manaus, apontada como exemplo de desenvolvimento ambientalmente sustentável (pelo menos no que diz respeito à preservação da floresta), depende quase que integralmente de energia gerada com a queima de diesel para fazer funcionar suas indústrias. No Amazonas, 85% da energia consumida vêm das termelétricas. No Amapá, essa dependência é de 70% e de 60% no Amapá. O “pulmão do mundo” está intoxicando pela fumaça das termelétricas.

Portanto, que venha o AHE Belo Monte. E que não tarde mais!

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