segunda-feira, 8 de novembro de 2010

JUSTIÇA FEDERAL CANCELOU PROVAS DO ENEM

A Justiça Federal do Ceará suspendeu, nesta segunda-feira, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), acatando um pedido de liminar (decisão provisória) feito pelo Ministério Público Federal. A decisão tem efeito em todo o Brasil. Cabe recurso.


A decisão da juíza federal Carla de Almeida Miranda Maia, da 7ª Vara Federal, se baseou no argumento de que o erro da impressão das provas prejudicou os candidatos. "O cartão de resposta tinha a mesma divisão de cabeçalho, porém a ordem desses mesmos cabeçalhos estava trocada", escreveu.


Em seu despacho, a juíza afirmou ainda que, "em algumas salas", os candidatos foram orientados a preencher o gabarito invertendo a ordem das respostas, o que seria incorreto, pois apenas os cabeçalhos das questões haviam sido alterados. Para ela, a realização de novos exames para parte dos candidatos "poria em desigualdade todos os candidatos remanescentes".


"Esses erros de impressão, de montagem e de aplicação das provas do Enem foram todos admitidos pelo Inep, o qual se manifestou sobre isso de forma pífia", escreveu.


NOVAS PROVAS PODERÃO ACONTECER AINDA EM NOVEMBRO


Caso seja necessário reaplicar a avaliação do primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para os estudantes prejudicados pelo erro de impressão dos cadernos de prova amarelos, as datas mais prováveis são o último final de semana de novembro ou o primeiro de dezembro.


Um lote de 21 mil cadernos de prova amarelos distribuídos no sábado apresentou erro na montagem. Eles não continham todas as 90 questões das provas de ciências da natureza e humanas.


Ainda não há um levantamento oficial do número de candidatos afetados pelo problema. Isso porque em cada local de aplicação há uma reserva técnica de 10% de cadernos de provas para serem trocados caso haja algum defeito no material.


ENTIDADES QUEREM RETRATAÇÃO DO MEC


A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) divulgaram nota oficial, nesta segunda-feira, condenando a atitude do Ministério da Educação de ameaçar alunos pelo Twitter (rede de microblogs).


"É lamentável que o MEC tenha usado umas das mais importante redes sociais da atualidade, o Twitter, não para esclarecer e informar a respeito dos lapsos ocorridos no Enem 2010 e, sim, para criar um clima de perseguição na internet", diz a nota.


Ontem, durante a aplicação da segunda prova, o MEC e o Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem, divulgaram a seguinte mensagem: "Alunos q [que] já 'dançaram' no Enem tentam tumultuar com msgs [mensagens] nas redes sociais. Estão sendo monitorados e acompanhados. Inep pode processá-los".


Na nota, as entidades estudantis exigem "a imediata retratação pública do MEC e a responsabilização do autor da frase escrita no Twitter oficial da assessoria de comunicação social" do ministério. "A UNE e a Ubes não aceitam qualquer tipo de ameaça aos estudantes brasileiros."


Fonte: http://polls.folha.com.br/poll/1031204/

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