terça-feira, 6 de julho de 2010

DOIS PESOS: APÓ SILÊNCIO NA GUINÉ, LULA PEDE DEMOCRACIA NO QUÊNIA


No blog Dois em Cena (www.dois-em-cena.blogspot.com), hoje, com o título acima, reproduzindo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, edição de hoje, com o título acima:


Dois pesos: após silêncio na Guiné, Lula pede democracia no Quênia. Presidente, que visita o 3º país em seu giro pela África, mencionou opositor em discurso.

NAIRÓBI, Quênia - Depois de silenciar sobre a ditadura da Guiné Equatorial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez referências à política interna do Quênia - terceiro país que visita em seu giro pela África, marcado por denúncias de corrupção, fraudes e turbulências entre as tribos. Em discurso ao lado do presidente Mwai Kibaki, na entrada da sede do governo local, Lula citou o primeiro-ministro e opositor de Kibaki, Raila Odinga, que passou por uma cirurgia recentemente. "Desejo uma rápida recuperação do primeiro-ministro Raila Odinga e peço a Deus que ele se recupere para continuar ajudando a consolidar o fortalecimento da democracia no Quênia", afirmou.

No fim de 2007 e início de 2008, o Quênia viveu dias de extrema violência. O presidente e então candidato à reeleição Mwai Kibaki, da etnia kikuyu, foi acusado de fraudar a eleição. As ruas de Nairóbi, capital do país, viraram praça de guerra, com centenas de feridos e pelo menos 350 mortes. Após um acordo costurado por personalidades internacionais, os líderes dos principais grupos étnicos criaram a figura do primeiro-ministro, cargo ocupado pelo candidato derrotado no pleito, Raila Odinga, da etnia luo. O Quênia continua sendo um país presidencialista. De 2008 para cá, Kibaki e Odinga mantém uma luta incessante pelo poder.

Lula aproveitou o discurso para defender maior intercâmbio comercial entre o Brasil e o Quênia. O volume negociado entre os dois países passou de R$ 4 milhões para R$ 91 milhões de 2003 para 2009. Os valores são considerados ínfimos pelo próprio Itamaraty.
PS: Impressiona, e assusta, tamanha importância e simpatia que o presidente tupininquim dá aos ditadores de todos os matizes. Ninguém esqueceu do Zelaya, né?

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