segunda-feira, 22 de março de 2010

ESTATUTO DAS CIDADES NÃO É APLICADO PELOS MUNICÍPIOS

Apesar de ser uma legislação reconhecida internacionalmente como “avançada”, o Estatuto das Cidades brasileiro, aprovado em 2001, ainda não se traduziu em melhorias efetivas para as cidades do país. Essa foi uma das constatações de um painel que discutiu o estatuto no Fórum Urbano Mundial das Nações Unidas (ONU), na tarde de hoje, no Rio de Janeiro.

Segundo a pesquisadora Ermínia Maricato, do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), o estatuto (Lei 10.257, de 2001) é uma legislação “avançada” para uma sociedade “excludente e conservadora”. “As cidades brasileiras não estão melhorando e as últimas chuvas mostraram isso. Temos, por exemplo, grandes problemas em transporte coletivo e drenagem”, disse.

O principal ponto do Estatuto das Cidades discutido durante o painel foi a questão da definição de “função social da propriedade urbana”, que prevê que um imóvel que não cumprir uma função social pode ser objeto de desapropriação, para fins de moradia popular.

De acordo com Ermínia, um dos problemas do estatuto é que ele não prevê o que é uma “função social”, já que isso deverá ser definido pelos planos diretores de cada município. “Na maior parte das cidades que eu conheço, nós estamos estacionados aí [na fase do plano diretor]”, disse.

Para o secretário nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Celso Carvalho, o Estatuto das Cidades poderia ter sido aplicado de forma mais eficaz se a “função social” fosse definida por um critério nacional, em vez de critérios municipais.
Para ler mais, www.agenciabrasil.gov.br



PS: Ao andar pelas cidades do Oeste do Pará, é fácil perceber o quanto os planos diretores municipais, determinados pelo Estatuto das Cidades, não são cumpridos pelas administrações locais. As consequências são visíveis e denunciam a indiferença dos gestores com uma legislação indispensável ao planejamento municipal e à melhoria da qualdade de vida nas cidades, elaboradas com participação da população.

Aliás essa é uma realidade comum à maioria das nossas cidades.

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