terça-feira, 26 de janeiro de 2010

PALMADA NÃO RESOLVE, DIZEM EXPERIÊNCIAS


Casos exitosos em todo o País levam a pais, mães e cuidadores de crianças o conhecimento de que bater não educa, só atrapalha.

Como as crianças se sentem quando são castigadas fisicamente com tapas, puxão de orelha, chineladas e outros meios? O que se passa com elas quando ficam presas em quartos escuros ou são humilhadas? Elas são capazes de entender por que os pais as agridem (mesmo quando dizem bater para educar)?

Um estudo realizado pelo Instituto Promundo (organização não governamental brasileira que funciona há doze anos no Rio de Janeiro) ouviu pais e crianças em três comunidades cariocas para compreender melhor como eles veem o fenômeno dos castigos físicos e humilhantes. O trabalho, intitulado Crianças Sujeitos de Direitos, envolveu, ao todo, 65 crianças e adolescentes e 600 pais, mães e cuidadores de crianças.

Os piores métodos de castigo apontados pelas crianças foram a palmada no braço; ficar de castigo no banheiro; ficar de castigo no quarto; tapa na cabeça; paulada; puxão de orelha e chinelada. A maioria delas admitiu sentir medo, tristeza e raiva quando sujeitadas à punição física ou humilhante.

Relatos dos especialistas que participaram do processo apontam que o tema levantou sentimentos muito fortes. Foram constatadas sensações de tristeza, infelicidade, depressão e, principalmente, dor e raiva quando os pais utilizam castigos físicos e humilhantes. Os depoimentos também apontam que as crianças sentem rejeição, menosprezo e marginalização. Elas relataram humilhação e impotência pelo fato de não poderem revidar o que foi sofrido.

Meninos e meninas ouvidos na pesquisa também disseram ficar muito ressentidos nos momentos em que sentem que seus pais não os escutam nem levam seus desejos em consideração. Muitos descreveram tentativas desesperadas de tentar se fazer ouvir pelos adultos. Há também uma carência por mais demonstrações de afeto e uma escuta atenta por parte de pai e mãe.

A mãe foi a pessoa que apareceu com maior frequência nos depoimentos das crianças como a aplicadora de castigos, principalmente os físicos, seguida dos irmãos e tios. O estudo aponta que isso se deve, provavelmente, ao fato de que elas passam mais tempo com seus filhos do que os demais.

Para conhecer melhor os estudos e as experiências exitosas, acesse os seguintes sites:

Rede Não Bata, Eduque! http://www.naobataeduque.org.br/

Instituto Promundo: http://www.promundo.org.br/
Fundação Xuxa Meneguel: http://www.fundacaoxuxameneghel.org.br/

Nenhum comentário: