segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

GRINGOS NA AMAZÔNIA - I PARTE

As histórias de como nossa floresta atraiu (e expulsou) quem tentou lucrar com ela.

Imensos recursos, milhões de hectares, billhões de dólares e infinitos problemas. A cada auge capitalista estes superlativos se reúnem na maior floresta do mundo. Eis a glória e e ruína dos megaprojetos de gringos na Amazônia:


JURITI – 2009:


Os reis do alumínio chegam para tirar bauxita – mas pedindo licença e com viagem de volta marcada.

PERÍODO: 2009 - 2079(?)
DIMENSÃO: 180 km2 – uns 40 km2 devem ter bauxita.
LOCALIZAÇÃO: Juriti, no oeste do Pará.
OBJETIVO: extração de bauxita, base do alumínio.
EXTRAS: apoio à economia e cultura locais, projetos de recuperação das áreas mineradas, obras de infraestrutura como: porto, ferrovia, melhorias no asfaltamento e na sinalização de rodovias estaduais.
POR QUE ESTÁ DANDO CERTO: objetivo claro e integração com a comunidade.
INVESTIMENTO: R$ 3,5 bilhões.

“Antigamente, ninguém falava em sustentabilidade. Hoje, a sociedade é muito mais atenta. Um grande projeto na Amazônia requer o dobro de cuidado”, diz Franklin Feder, não um ambientalista, mas o presidente latino-americano da Alcoa, multinacional do alumínio atenta para nãorepetir erros de antecessores em sua empreitada na selva, a mina de bauxita de Juriti, no oeste do Pará, inaugurada em setembro deste ano.

Para fazer valer seu investimento de R$ 3,5 bilhões, a Alcoa segue à risca a cartilha politicamente correta de ações atreladas à preservação e ao desenvolvimentolocal. A empresa sentiu que não ia ter paz se não investisse no que acabou virando o Projeto
Juruti Sustentável, que envolve reuniões com o povo e os políticos, vigilância permanente sobre seu impacto na região e até um fundo que capta investimentos – é quase como se a empresa, por investir na cidade, tivesse também assumido a prefeitura.
Uma das inúmeras reuniões obrigatórias com os ribeirinhos.

“A empresa precisa conquistar o direito de operar na região, interagir com a sociedade. A gente pede licença aos moradores”, diz Tiniti Matsumoto, gerente de desenvolvimento. Ford nunca pisou na Amazônia e Ludwig vinha ao Brasil duas vezes por ano; o presidente da América Latina da Alcoa vai todo mês para Juriti. Em 2008, uma pesquisa mediu a aprovação da empresa em 89%. Mas nem só de consensos é formada a trajetória da Alcoa na Amazônia. Um relatório técnico do Ministério Público aponta que as obras da Alcoa desestabilizaram o solo do local.

Máquina extraindo bauxita, minério que atraiu a Alcoa.

Como consequência, as chuvas passaram a carregar mais terra para os rios dos arredores, o que pode prejudicar a fauna. A construção da mina chegou a empregar 6 mil funcionários, mas hoje há somente 1 200 vagas fixas, o que frustrou expectativas. O projeto já tem até fim previsto: extraindo 10 milhões de toneladas anuais de uma reserva de 700 milhões, a Alcoa deve sair de Juriti ali por 2079. Não se sabe como estará o mundo, mas, até lá, a maior floresta deve continuar atraindo as maiores ambições.

Fonte: Érica Georgino
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/gringos-amazonia-525438.shtml?func=1&pag=2&fnt=9pt

Um comentário:

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Abri um espaço em meu blog e coloquei lá os links desta suite.
Espero que o visite.
Um grande abraço!

http://www.blogdoprofex.com
Esta a página:
http://www.blogdoprofex.com/p/pagina-11-ficha-suja-ficha-limpa.html